Breve!
terça-feira, 18 de junho de 2013
terça-feira, 30 de abril de 2013
Ainda há tempo ...
Introdução
Durante
algum tempo, eu e minha esposa temos acompanhado casais e chegamos a conclusão
de que a grande maioria é infeliz no casamento ou, pelo menos, estão passando
por sérios problemas de relacionamento. Refiro-me a casais crentes, marido e
esposa que um dia fizeram uma proclamação pública de fé, frequentam igrejas,
alguns com ministérios, outros assíduos domingueiros e frequentadores de
programações especiais. Na verdade, não importa com que credenciais eles se
apresentam no meio dos irmãos; seus lares possuem uma característica comum:
Jesus não está no centro. Em Seu lugar se coloca de tudo: a si próprios, os
filhos, um sonho de consumo, estabilidade econômica, realização profissional.
Duvido
da conversão de pessoas que depois de serem confrontadas com a Bíblia, dizem
que não podem mudar a sua maneira de se comportar dentro do casamento porque o
seu marido/esposa já a conheceu assim, logo o outro tem que suportar por toda a
vida a sua “maneira de ser”. É como se tivessem usucapido o pecado e agora era
todinho seu por direito. Abrir mão dele seria como se perdesse a própria
personalidade, deixando de ser a pessoa que sempre foi.
O
presente texto surgiu dos conselhos dados a uma esposa que se queixava do
marido, dos filhos, do casamento, da vida e chegou a trágica conclusão
de que o divórcio era a única saída. É uma aplicação que faço para as mulheres
que estão passando por problemas parecidos. Seus casamentos estão na UTI,
respirando por aparelhos, sinais vitais mínimos, e pensam na eutanásia como a
saída que dará fim ao sofrimento de todos. Mas ainda há tempo de salvá-lo.
Texto base 1 Samuel 25
Esse
episódio da Bíblia relata a tragédia que se abateu sobre a casa de Nabal e
Abigail. Davi, fugindo de Saul, estava no monte Carmelo com os seus homens,
seiscentos no total. Lá se encontraram com pastores que apascentavam o rebanho
de Nabal, homem próspero, mas duro e maligno nas obras (vs. 3). Os homens de
Davi não tocaram nas ovelhas nem oprimiram os servos de Nabal, antes os
protegeram e serviram de muro (vs. 15 e 16).
No
período da tosquia das ovelhas, um tempoo de festas e ações de graças, Davi
resolveu enviar dez dos seus moços à casa de Nabal a fim de lhe pedir
suprimentos. Nabal não só se recusou como também fez pouco caso e humilhou
Davi, que diante da afronta pô-se em marcha com seus homens para destruir por
completo aquela casa. Ninguém sobreviveria, nem mesmo um menino (vs. 22).
Foi
quando Abigail, esposa de Nabal, tomou conhecimento do que acontecera e da
tragédia que estava para se abater sobre o seu lar. Preparou os mantimentos que
Davi havia pedido ao seu esposo e sem demora foi ao encontro dele e de seus
homens. Diante de Davi, Abigail se prostrou, se humilhou e arrazoou com ele.
Conseguiu sozinha aplacar a ira de Davi e de mais quatrocentos homens que
estavam com ele, salvando o seu lar.
Aplicações
1. Esteja atenta ao que
acontece em seu lar
Estar
a par do que acontece em seu lar é uma tarefa que fica a cada dia mais difícil
na medida em que os filhos crescem. E essa dificuldade se multiplica quando a
esposa toma a decisão de trabalhar fora. Sem querer entrar no mérito econômico
da questão, o que era difícil se torna muito mais. Quando a Palavra de Deus
profere as primeiras palavras sobre Abigail diz “e era a mulher de bom
entendimento e formosa”. Abigail era uma mulher de bom entendimento,
sensata. Ela conseguia entender aquilo
que estava acontecendo ao seu redor e a correta implicação de todas essas
coisas. Mas o texto se refere a ela também como uma bela mulher. O vs. 14 nos
informa que um dos servos de sua casa informou a Abigail o que acontecera entre
o seu marido e os moços de Davi. Isso não tira dela o mérito, pois ela estava
lá, em casa, presente, por perto.
O
risco que um lar passa a correr quando a esposa não tem uma atitude vigilante
expõe todos a um imenso perigo. Os filhos precisam de uma mãe por perto e interessada em saber como foi o seu dia na escola, na igreja, entre amigos. O marido precisa de
um abraço amoroso da esposa ao chegar em casa depois de um dia exaustivo de
trabalho. A mulher precisa saber que fazendo isso estará desempenhando o papel
que Deus deu para ela. A formosura vem depois da sabedoria - E era o nome
deste homem Nabal, e o nome de sua mulher Abigail; e era a mulher de bom
entendimento e formosa ... (vs. 3).
2. Assuma a sua quota de
responsabilidade pela tragédia
Abigail
sabia a tragédia que iria se abater sobre o seu lar e resolveu agir - Então
Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco
ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e
duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos. (vs.18).
O
que vemos hoje nos cônjuges que passam por dificuldades de relacionamento é a auto
comiseração. Quando contam seus problemas aos outros se colocam sempre na
condição de vítimas, inspirando um sentimento de piedade por parte dos
ouvintes. Essa é uma característica muito marcante especialmente nas mulheres.
Abigail
foi sábia. Resolveu não perder tempo e, sabendo das exigências de Davi, deu
ordens aos seus empregados para que aprontassem o que de melhor havia em sua
casa. Não se desesperou, não telefonou para as amigas se queixando do tolo do
seu marido, não postou mensagens tristes no Facebook e nem atraiu atenção para
si. Assumiu a responsabilidade sobre o estava por vir e resolveu agir para
evitar o pior.
3. Não espere que seu marido
mude
E
disse aos seus moços: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que,
porém, não declarou a seu marido Nabal (vs. 19).
Se
Abigail tivesse esperado alguma mudança por parte de Nabal, Davi teria
derramado toda a sua ira sobre o seu lar. Não teria sobrado sequer um menino
(vs. 22). Ao invés disso, muitas mulheres aguardam mudanças por parte do
marido. Alegam que por ele ser o líder do lar, a iniciativa deve partir dele.
Enquanto isso, Davi marcha com seus homens. Se o casamento se acabar, a culpa
será do marido como líder. Senhor, dê sabedoria a tais mulheres! Em momentos de
crise, elas sabem exatamente as obrigações da outra parte, mas as suas,
esquecem. E enquanto isso, Davi marcha com seus homens. Nenhum mesmo seus
filhos serão poupados; nenhum menino.
4. Faça aquilo que for preciso
Vendo,
pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o
seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. E lançou-se a seus pés, e
disse: Ah, senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua
serva aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva (vs. 23 e 24).
Tenho
duas comparações a fazer neste ponto.
Na
primeira, eu comparo a postura de Abigail diante de Davi com a atitude correta
da esposa diante de Deus. Os verbos são: vendo, apressou-se, desceu,
prostrou-se, inclinou, lançou-se, disse. Abigail viu Davi; a esposa deve olhar
para Deus. A ira de Davi pode muito bem representar a ira de Deus sobre o nosso
lar. Davi foi humilhado e afrontado por Nabal que pagou mal por bem. E nós,
como marido, esposa e pais não fazemos o mesmo com Ele que renova as suas misericórdias
sobre sobre nós todas as manhãs? A esposa deve se preocupar em aplacar essa ira
e se dirigir diretamente àquele que empunha a espada.
Abigail
apressou-se; mulher, você deve ser rápida. A cada minuto de espera, mais o
perigo se aproxima da tua porta. O mal vem a galope.
Abigail
desceu do jumento; mulher, você deve descer do pedestal em que você mesmo se
colocou. Você não é vítima, você faz parte do problema, mas também da solução.
Mãos à obra.
Abigail prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi;
mulher, ajoelhe-se diante de Deus. A quanto tempo faz que você não ora assim?
Humilha-te diante do Senhor, reconheça a sua transgressão, ore, chore, peça, clame.
Nos versículos seguintes, Abigail expõe os problemas do seu lar, foi sincera
com Davi e nada lhe ocultou. Não esconda nada de Deus.
Por
fim, ela diz: E agora este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor;
seja dado aos moços que seguem ao meu senhor (vs. 27). Pedir algo para Deus
não é difícil quando isso não nos custa nada. Abigail não estava de mãos vazia
diante de Davi. Você, mulher, também não pode estar de mãos vazias diante de
Deus. O que você tem para oferecer pela restauração do seu lar? Não se trata de
barganhar com o Senhor, mas de uma atitude de represente uma mudança
significativa de como você se portar como mãe e esposa. Se é o seu emprego que
te impede, então entregue isso como oferta e aroma suave ao Senhor e passe a
ser uma mãe e esposa de tempo integral. Se concientize em viver de acordo com o
padrão econômico que teu marido pode te proporcionar.
Numa
segunda comparação, Abigail diante de Davi retrata a mesma atitude, alguns anos
antes, de Davi contra Golias. Uma mulher montada num jumento indo ao encontro
de Davi e mais quatrocentos homens
cheios de ira, sentimentos de vingança e acostumados ao combate. Se a
sua tática não desse certo, ela seria a primeira a morrer à espada. Você
estaria disposta a isso?
5. Não estabeleça um tempo
para Deus
Essa
é a parte mais difícil para qualquer um de nós. Quando estamos sofrendo,
queremos que a situação se resolva ontem e da nossa maneira. Abigail sabia que
Deus lidaria com seu marido a Seu próprio tempo. As esposas esperam que seus
maridos se transformem no homem que nunca foram e talvez nunca serão, sonham
com isso e se entristecem diante da demora. Mas provavelmente, Deus não queira
mudar seu marido, nem seus filhos, antes de mudar você. Você é o alvo de Deus.
Você é quem Ele deseja transformar. O Senhor vai agir no seu lar no devido
tempo e de acordo com a Sua soberana vontade. Nabal não foi transformado, mas
Deus agiu na vida daquele homem - E aconteceu que, passados quase dez dias,
feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu (vs. 38). Essa é uma possibilidade.
Conclusão
A
Bíblia fala que após a morte de Nabal, Davi tomou Abigail por sua esposa.
Depois disso, se revela muito pouco sobre essa mulher. Sabe-se que ela não teve
uma vida fácil, mesmo depois daquele dia. No início esteve em constante perigo,
pois precisava se esconder da perseguição empreendida por Saul. Posteriormente,
em Ziclaque, os amalequitas levaram Abigail cativa juntamente com outras
mulheres que depois foram resgatadas por Davi. O que se sabe é que ela deu a
luz a Quileabe, o segundo filho de Davi (2 Samuel 3:3) e foi a sua segunda
esposa. Davi também não era o marido que ela esperava, nem era modelo de pai.
Ele se dividia entre suas várias esposas e concubinas. Também tinha vários
filhos de cada uma delas e os espalhava pelo reino a fim de protegê-los. O
estupro de Tamar por seu irmão Amnom e a tragédia perpetrada por Absalão
matando Amnon, rebelando-se contra o pai e possuindo as concumbidas do rei no
terraço do palácio real aos olhos de todo o Israel, retratam bem a confusão que era a casa de
Davi e como o novo lar de Abigail também estava longe de seguir o padrão de
Deus.
Não
há um grand finale para Abigail, algo que possamos dizer “e viveram
felizes para sempre”. Talvez também não haja um para você. O que é a felicidade
então? Posso ser feliz tendo o marido e filhos que tenho? Essa é uma das
perguntas mais difíceis de se responder e não tenho uma resposta pronta para
isso. A vida não é uma equação matemática onde se substituem as variáveis e se
obtém no final o resultado almejado. Nem o casamento é um motor onde se
substitui uma peça defeituosa e tudo volta a funcionar direito. Mas olhando a
vida de Abigail podemos ver que a felicidade pode transcender as circunstâncias
terrenas se mirarmos para o alto e procurarmos fazer o que Deus espera de nós, na
paciência de que o Senhor responderá todos os nossos anseios no seu devido
tempo.
Leia a Bíblia. Pense. Viva.
Fredson Andrade
quarta-feira, 6 de março de 2013
Pastor de púlpito e não de ovelhas
(Texto de MILTON MARCHIOLI)
Tenho observado um comportamento extremamente comum nas igrejas evangélicas de todo o país. É o pastor de púlpito, e sempre com ótima homília, mas que nunca visitam as “ovelhas da igreja”.
Ou mandam os presbíteros visitar os membros, ou fingem que os membros não existem perante a igreja…
Vamos a reflexão…
Primeira reflexão: qualquer um do corpo eclesiástico da igreja pode visitar, ou seja, importante é fazer visitas (menos o pastor); segunda: a igreja já é suficiente em si mesma para prover toda e qualquer orientação para os “candidatos a membros ” ou “membros definitivos”.
A LITURGIA É SUFICIENTE EM SI MESMA PARA ALIMENTAR A IGREJA!
Muitos desses pastores acabam depois de muito “pastorear” saindo pela porta dos fundos da igreja. Os próprios membros da igreja pedem para o “pastor” sair, pois não cuida de ovelhas, mas cuida bem do púlpito: ar condicionado na igreja, cadeiras de belo estofamento, coral com belas músicas, mas muito longe daquilo que Jesus pediu “as ovelhas conhecem a minha voz”.
Se conhecem, é porque houve um contato pessoal, e não contato pelo púlpito da igreja.
Falo isso, pois já presenciei isso em minha vida duas vezes.
O primeiro pastor pertencia a uma igreja evangélica tradicional no Brasil. Foi expulso dessa, e criou uma igreja de denominação muito parecida com a tradicional em Marília. Foi um fiasco…
O outro chegou com toda a pompa para superar um homem de Deus aqui em Marília, muito educado, e que se transferiu para outra cidade do Brasil.
Logo o pastor substituto, afastou o presidente do coral, e fez política de coaptação dentro da igreja com os atuais presbíteros.
Ou seja, pastor e presbíteros , só com títulos de cargos eclesiásticos, mas muito longe do apregoado por Jesus “as ovelhas conhecem a minha voz”.
Nunca recebi visita de pastor ou de presbíteros…
Para finalizar, sugiro cuidado com igrejas bonitas na mobília, centrais na cidade, mas frias no acolhimento, sem visitas pastorais.
Sugiro a leitura do livro de David de Hansen “A Arte de Pastorear”, e ainda refletir que os pastores de hoje precisam aprender que pastorear não é apenas pregar, administrar, ensinar ou dirigir a liturgia.
É possível fazer todas essas coisas sem realmente pastorear.
Pastorear é acima de tudo cuidar.
Observe que Paulo disse aos anciãos (presbíteros) de Éfeso, conforme At 20.28:
-Cuidem por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu pastores, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.
Cuidar de si mesmo é pré-requisito para quem pretende cuidar de outros.
Hoje se fala em conservar saúde física e mental, família e finanças ordenadas, boa administração do tempo, vida devocional, disciplina de estudos.
Porém, é pouco provável que Paulo estivesse pensando nisso quando recomendou “cuidado”. A preocupação do apóstolo visava perseverança na fé e no ensino, alertava sobre o perigo dos falsos mestres, da ganância e dos desvios de conduta.
Os grandes males que têm destruído ministérios pastorais são: a imoralidade sexual, em todas suas manifestações; a arrogância e o orgulho, que trazem a reboque os desvios doutrinários e a tirania religiosa; a vaidade, a inveja e a cobiça, que levam alguns a tentar viver num padrão que não podem ou desejar coisas que não precisam.
Cuidar do rebanho de Deus é um privilégio.
Moisés teve que aprender a cuidar dos rebanhos de seu sogro antes de liderar Israel; um rei foi escolhido por ter “coração de pastor”, capaz de por a vida em risco na luta contra um urso e um leão para defender uma única ovelha.
Ora, se Davi era tão cuidadoso com o rebanho de Jessé, não seria também achado fiel no cuidado do rebanho de Jeová?
No dia a dia do ministério pastoral o grande desafio é não perder a ternura, o prazer de ter cheiro de ovelha, o gosto de conduzir, de guiar sem opressão, apenas sendo modelo, exemplo de fé, pureza e amor.
É a tarefa mais excelente dentre as muitas oportunidades de servir no Reino de Deus, daí serem muitos os líderes, mestres, evangelistas, profetas, cantores e administradores que são chamados de pastores.
Muitos têm o título, pois é cultural se dar maior valor as expressões como “pastor”, “reverendo”, “bispo” e hoje até “apóstolo”.
Todavia, nem estes todos que usam o título têm coração de pastor.PASTOR DE PÚLPITO E NÃO DE OVELHAS…
É isso precisamos de pastores com coração de pastor.
Vamos refletir…
Fonte: http://miltonmarchioli.com.br/blog/pastor-de-pulpito-e-nao-de-ovelhas/
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domingo, 24 de fevereiro de 2013
Quem Tem Medo de Assembleia? Parte II - A Unanimidade de Acabe
“A verdade é exercício de poder. Quando você fala a verdade acaba sendo dominado por quem a conhece e é mais forte que você" (Nestor Távora - professor de Direito Processual Penal)
Introdução
Acabe era um mau rei ou era um rei mau? Longe de ser um mero jogo de palavras, a ordem em que o substantivo e adjetivo se apresentam na frase muda tudo. Se você afirmar que era um mau rei, estará dando ênfase a aspectos do seu reinado e o que ele fez enquanto governava. Já ao afirmar que ele era um rei mau, você estará destacando a sua personalidade, uma pessoa má que chegou ao poder. Na prática, essa diferenciação perde a importância porque a falha no caráter de um homem o persegue por toda a vida e quem é mau continuará praticando maldades até o dia em que haja nele uma verdadeira transformação ou até o dia em que o seu cálice de iniquidades transborde.
Acabe foi o sétimo rei de Israel, reinando por 22 anos (874-852 a.C.). A falha no seu caráter era a ausência de temor do Senhor que, acrescida da insegurança, o fazia se sentir perseguido pelos homens de Deus de sua época. Não tolerava ser contrariado, nem redarguido, nem questionado, nem repreendido. Era um homem perigoso que agora ocupava o mais alto cargo da nação de Israel. Poder limitado somente pela honra que demonstrava não possuir. Ele se sentia sozinho por não poder contar com Deus para apoiá-lo em seus atos infames. Por isso, ele elaborou uma técnica para se cercar de pessoas tão descompromissada com Deus quanto ele: a unanimidade de Acabe.
Unanimidade na liderança
Acabe nunca foi tolo a ponto de querer montar o governo de um homem só. Ele sabia que precisaria de aliados que legitimassem seu reinado e de súditos que cumprissem fielmente suas ordens sem questionar. Para isso, ele se uniu à ímpia Jezabel, mulher profana, que instigava o marido a combater os profetas do Senhor. Em 1 Reis 16: 30-33, Deus mostra como Acabe se tornou odioso para com Ele e como essa aliança infame com Jezabel irritou o Senhor e deu causa a pecados maiores – “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele. E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria. Também Acabe fez um ídolo; de modo que Acabe fez muito mais para irritar ao Senhor Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.”
Unidos e unânimes, Acabe e Jezabel continuaram a cometer pecados gravíssimos. Um deles foi a ordem para matar todos os profetas do Senhor. A Bíblia registra que em meio a essa chacina, Obadias conseguiu salvar apenas cem profetas, escondendo-os em cavernas (1 Reis 18:4). O profeta Elias também conseguiu sobreviver.
Um outro pecado foi a cobiça de Acabe sobre a vinha de Nabot, o jizreelita, um terreno vizinho ao seu que queria transformar em horta. Altamente frustrado e angustiado diante da recusa de Nabot em vendê-lo, Acabe fez cena digna de criança mimada diante de sua mulher Jezabel que resolveu tomar suas dores. Ela escreveu cartas em nome de Acabe ordenando a prisão de Nabot sob a acusação de blasfêmia ao Deus de Israel e por afronta ao rei. Como se não bastasse, Nabot foi condenado a morte por apedrejamento sob o depoimento de duas falsas testemunhas pagas por Jezabel. Pela lei, o terreno passou a pertencer ao rei. Veja o relato em 1 Reis 21.
APLICAÇÕES
1. Não há limites para uma liderança unânime assim
Numa igreja, pastores e diáconos devem ambos serem pratos diversos de uma mesma balança. Pastor que reconhece suas falhas morais, insistindo em continuar no ministério, deve ao menos procurar compor uma liderança com homens de Deus que possuam, dentre tantas outras qualidades, as virtudes que lhe faltam. Triste vermos diáconos comprometidos com o seu pastor mais do que com Deus. Triste vermos diáconos acomodados diante dos pecados do seu líder. Triste vermos uma liderança em pavorosa ao menor sinal de beicinho do seu pastor. Triste vermos uma liderança que trata o seu pastor com excesso de benevolência diante de seus pecados e desmandos. Esse tipo de relação entre pastor e diáconos possui as mesmas característica do relacionamento entre Acabe e Jezabel, um casamento impuro, relação profana, que desagradou e afrontou a Deus, resultando em uma série de sofrimentos para os profetas do Senhor e que fez uma nação inteira se desviar dos caminhos do Senhor.
2. Não há temor do Senhor para uma liderança unânime assim
Acabe sabia de todos os pecados de sua esposa e a apoiava. O mesmo fazia Jezabel com os pecados de Acabe. O motivo de vermos um corpo de diáconos comprometidos com seu líder é que estes diáconos talvez não tenham aptidão moral para confrontar biblicamente seu pastor, pois este sabe exatamente o que se passa na vida de cada um deles. Não têm testemunho para dar fora da igreja, suas famílias estão passando por dificuldades, problemas com a esposa, problemas com os filhos, problemas com as finanças, problemas com o sono, problemas com o pecado, problemas com Deus... Mas dentro se apresentam como exemplos para o rebanho. Essa “boa reputação” devem ao seu pastor e seu pastor deve o mesmo a eles; é uma maneira de se protegerem. Acabe blinda e proteje Jezabel e Jezabel blinda, protege e realiza os desejos de Acabe, mesmo que seja matar o inocente Nabot. O temor do Senhor foi substituído pelo temor mútuo entre os membros desse tipo de liderança. Há o perigo de um deles falar demais. Por causa disso, esse grupo tem a característica de ser um grupo fechado, coeso, de difícil relacionamento com o restante do rebanho. Observe com quem seu pastor se reúne nos cultos de oração. Observe com quem seu pastor se reúne para conversar depois de um culto a noite. Ele já confidenciou um problema pessoal com você? Ele já te pediu para orarem juntos por alguma questão específica em sua vida? Cuidado com homens assim.
Quando surge uma rara ocasião de se ter que punir um dos membros desse grupo, aparece também o problema desse se revoltar contra os demais. Por isso surge também a possibilidade de agressões mútuas, física e verbal, após um culto de adoração a Deus.
Pessoas comprometidas com a Palavra de Deus sempre serão um sério empecilho para uma liderança sob a unanimidade de Acabe. Enquanto Acabe e Jezabel mataram e perseguiram os profetas do Senhor, pastores e líderes expulsam de suas igrejas pessoas que insistem em fazerem as coisas da maneira de Deus. Aqueles que persistem em ficar sofrem as mais duras penas e vêem aqueles, que antes eram irmãos, se transformarem em impiedosos carrascos.
Certa vez, ouvi um sermão de um desses pastores onde ele ilustrou sua mensagem falando da fé e convicção de uma família composta de um pai, uma mãe e dois filhos pequenos. A história se passava num desses países extremamente fechados ao Evangelho, acho que era Coreia do Norte. O que eu lembro bem era que toda a família foi condenada a morte por testemunhar a verdade do evangelho e, numa tentativa de negarem o nome de Jesus, os soldados cavaram quatro buracos onde cada um foi enterrado até a altura do pescoço pelos soldados. Cada um dos soldados jogou uma pá de terra sobre as cabeças daquelas pessoas. Todos morreram, mas permaneceram firmes mesmo diante de destino tão horrendo. Essa história foi contada com pesar, com uma voz embargada e semblante de profunda comoção. Uma cena que comoveu muitos ouvintes. Confesso que eu poderia até ter me comovido também, pois a história foi muito bem contada e representada no púlpito, mas no momento fui impedido por recordações desse mesmo pastor que, utilizando a mesma pá dos soldados norte-coreanos, “enterrou vivo” diversos irmãos e naquele momento mesmo, estava com terra sob as unhas pronto para “enterrar” mais uma família.
4. Uma liderança que impõe a unanimidade de Acabe pensa que ficará sem punição
“E direis: Assim diz o rei: Colocai este homem na casa do cárcere, e sustentai-o com o pão de angústia, e com água de amargura, até que eu venha em paz.” (1 Reis 22: 26-27).
Micaías já havia predito a derrota da coligação formada pelos reinos de Judá e de Israel para as tropas sírias. Além disso, foi dada uma descrição da situação das tropas de Israel após o conflito: “Então disse ele: Vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não tem pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa.” (vers. 17). Mesmo assim, o rei Acabe acreditava que voltaria em paz; pelo menos foi isso que ele disse em sua assembleia. Mas durante a batalha, Acabe lembrou-se das palavras de Micaías e tentou dar um jeitinho para que ela não se cumprisse. Disfarçou-se de soldado e entrou na peleja. A Palavra de Deus diz no vers. 34 que: “Então um homem armou o arco, e atirou a esmo, e feriu o rei de Israel por entre as fivelas e as couraças; então ele disse ao seu carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido”.
Pastores com a personalidade de Acabe também acham que o braço do Senhor não é grande o suficiente para os alcançar. Eles verdadeiramente acreditam que estão além da repreensão e que voltarão em paz depois de pelejarem contra o Senhor. Eles pregam, exortam, ensinam, disciplinam suas ovelhas e as expulsam de sua presença, mas a Palavra do Senhor ainda está a meio caminho dos seus corações. Não adianta disfarce; não adianta jeitinho para passar mais alguns anos em seus ministérios. O mesmo fogo que aceitou o sacrifício de Elias no monte Carmelo poderia muito bem ter consumido os profetas de Baal, ou, quem sabe, saraiva com fogo e enxofre, um poderoso raio ou algum outro sinal que manifestasse a ira do Senhor sobre esses homens. Mas, em vês disso, o Senhor age através de pequenas coisas para mostrar a insignificância do homem e a grandeza de Deus. Um graveto com ponta atirada ao nada atingiu Acabe bem na falha de sua armadura e foi o suficiente para por fim ao seu reinado. Quantas falhas temos nós, pecadores. O Senhor sabe exatamente onde estão.
Unanimidade na assembleia
O texto que tomo por base é 1 Reis 22. Nele, os reis de Judá e de Israel resolveram se unir para guerrear contra o rei da Síria. Foi quando convocaram um culto profético a fim de consultarem a vontade do Senhor. Foram contados 400 profetas de Acabe que unânimes profetizavam a uma só voz que o Senhor daria vitória a Israel. Jeosafá achou estranho aquela unanimidade e perguntou se havia algum outro profeta em Israel. Acabe disse que havia um outro profeta chamado Micaías, filho de Inlá, mas esse constantemente o aborrecia porque não falava coisas agradáveis ao rei, somente pregava contra o rei. Mesmo assim, um dos servos do rei foi buscá-lo, mas Micaías foi advertido no caminho a falar como os demais profetas. Diferente dos demais, resolveu seguir o Senhor. Mesmo agredido por Zedequias, um dos falsos profetas, Micaías predisse a vitória da Síria e a morte de Acabe. Como retribuição por fazer a vontade do Senhor e por dizer a verdade, Micaías foi mandado para a prisão e sustentado com pão de angústia e água de amargura. Contudo, a Palavra de Deus pela boca do seu profeta se cumpriu.
APLICAÇÕES:
1. A unanimidade de Acabe desperta desconfiança em verdadeiros crentes
Jeosafá estranhou o fato de 400 pessoas falarem todas a mesma coisa e de estarem sempre concordando com o rei. Jeosafá era rei de Judá, a porção dos hebreus que permaneceu fiel ao Senhor e ao verdadeiro culto no Templo. A Bíblia o descreve como uma pessoa justa e temente a Deus, pois fazia o que era reto aos olhos do Senhor (1 Reis 22:43). Foi exatamente ele quem percebeu que havia algo de errado com aquela assembleia, e ninguém mais.
Quando a unanimidade de Acabe se instala numa igreja local, somente aqueles verdadeiramente comprometidos com Jesus possuem a sensibilidade espiritual para perceberem que algo de muito errado está acontecendo. Somente eles têm a coragem suficiente para pedir ao pastor que consulte o Senhor antes de uma decisão ser tomada ao invés de pedir a opinião dos sempre unanimes profetas de Acabe.
2. Na assembleia de Acabe não se encontra nenhum profeta do Senhor
Jeosafá conclui que naquela assembleia não havia nenhum profeta do Senhor. “Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?” (1 Reis 22: 7). Fico a imaginar o que Jeosafá pensava de toda aquela encenação. Acabe apresentou aquelas 400 pessoas como verdadeiros profetas de Deus, mas o se via eram 400 profetas de Acabe, sempre prontos a dizerem o que agrada ao rei, sempre prontos a apregoar vitórias, sempre prontos a dizer sim. O rei desafia; os seus profetas concordam sempre. Não há questionamentos, não há nenhuma palavra de prudência, nem mesmo um “e se...?”. Profetas de Acabe e profetas do pastor, não há diferença entre eles.
3. A unanimidade de Acabe apenas tolera em suas assembleias os servos dispostos a dizerem a verdade
Acabe foi forçado a ter Micaías, filho de Inlá, profeta do Senhor, diante de si. Foi quando Acabe teve que reconhecer que havia um outro profeta, diferente dos demais. Quando foi convocado o ajuntamento, Micaías não foi chamado a sua presença porque não agravada ao rei. Suas palavras eram duras e o confrontavam com o pecado sempre que tinha uma oportunidade. “Eu o odeio” disse o rei (1 Reis 22:8).
Na unanimidade de Acabe, só há espaço para aqueles que o agradam. Aqueles que ousam discordar e ser francos com o rei são apenas tolerados em suas assembleias solenes, e mesmo assim, por pouco tempo.
4. A unanimidade de Acabe produz pastores dissimulados
Acabe era dissimulado. Em 1 Reis 22:15-16, Micaías, de forma proposital e em tom de desdém, deixou transparecer que não falava com sinceridade, dizendo o que o rei queria ouvir. Foi então que o rei Acabe encenou uma profunda preocupação com a vontade do Senhor, insistindo com o profeta para que ele falasse somente a verdade. Numa igreja local, a unanimidade de Acabe também produz isso em seus pastores. O púlpito é um palco e a assembleia, um espetáculo circense com atores muito bem pagos, atuando para tentar convencer os menos atentos de que estão buscando a vontade de Deus, enquando o que importa mesmo é a sua própria e exclusiva vontade.
5. A unanimidade de Acabe cega os pastores
Acabe levava tudo para o lado pessoal. “Então o rei de Israel disse a Jeosafá: Não te disse eu, que nunca profetizará de mim o que é bom, senão só o que é mal?” (1 Reis 22:18).
O rei Acabe só conseguia enxergar o problema sob o seu próprio ponto de vista, nunca sob a ótica de Deus. Micaías apenas estava sendo fiel ao Senhor. O verdadeiro problema que havia era entre Acabe e Deus.
Pastores que se utilizam da unanimidade de Acabe para impor suas vontades, sofrem do mesmo mal. Eles só conseguem enxergar que há uma conspiração se formando, ameaçando o seu ministério. O seu pequeno feudo está sob ataque de ovelhas insurgentes que se levantam para tomar-lhe o poder. Não há ninguém bom e honesto o suficiente para dizer-lhe a verdade. O verdadeiro problema que há está entre esse pastor e Deus; entre ele e o seu orgulho; entre ele e sua mania de perseguição; entre ele e o seu pecado. O pão de Gideão ronda a sua tenda - quem lê entenda (Juízes 7:12-14).
6. A unanimidade de Acabe coloca um irmão contra o outro
“Então disse o rei de Israel: Tomai a Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade e a Joás filho do rei. E direis: Assim diz o rei: Colocai este homem na casa do cárcere, e sustentai-o com o pão de angústia, e com água de amargura, até que eu venha em paz.” (1 Reis 22:26-27).
Acabe retirou Micaías de sua presença, ordenando a sua prisão. Mas isso não era suficiente. Era preciso fazê-lo sofrer. Então ordenou que fosse mantido no cárcere com pão de angústia e água de amargura. Amom, seu servo, pessoalmente, foi encarregado disso.
A unanimidade de Acabe faz isso numa igreja local. Pastores dão a sentença, mas os seus membros, entorpecidos por essa falsa doutrina, são eles que fazem o papel de Amom, o serviço sujo e pesado, infligindo a punição. Quantos irmãos tiveram que sair dessas igrejas diante de situações parecidas e que, mesmo agora, depois de terem sido retirados da presença do rei, são tratados como ex-irmão, ex-crente, ex-salvo, ex-sacerdote do Senhor, ex-habitação do Espírito Santo. Pão de angústia e água de amargura, ordenou Acabe. Gentios e publicanos, ordenam os pastores hoje.
Conclusão
Assim como o filho copia o pai que tem, a igreja tem a cara do seu pastor que a lidera. O bom exemplo de Jeosafá deveria ser seguido pelas igrejas do Senhor nesses dias que antecedem ao arrebatamento. A Palavra de Deus revela que Jeosafá, rei de Judá, “andou em todos os caminhos de seu pai Asa, não se desviou deles, fazendo o que era reto aos olhos do Senhor” (1 Reis 22:43). Mas o que vemos é Acabe e Jezabel formarem uma aliança profana a ponto de fazerem desviar o povo da correta adoração a Deus, mantendo-o na idolatria ao deus Baal.
A unanimidade de Acabe produz uma aliança de natureza perversa, profana e promíscua formada entre pastores egocêntricos e diáconos tolerantes, que se revela em algumas igrejas descompromissadas com o viver o Evangelho. Não havia ninguém capaz de impor limites para Acabe. O resultado foi que, aos olhos do Senhor (aos olhos do Senhor, não aos olhos dos homens) Acabe foi o pior rei que Israel já teve – “Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do Senhor; porque Jezabel, sua mulher, o incitava.” (1 Reis 21:25). Da mesma forma, pastores com a personalidade de Acabe não encontram limites para si. Conseguem até a unanimidade de corações e mentes de seu seguidores, mas o Senhor os reprovou – Deus não é unânime com o pecado. São maus aos olhos do Senhor porque Jezabel, seus companheiros de ministério, os incitam. Essa aliança rechaça para longe de si aqueles dispostos a confrontar seus erros, pois a unanimidade de Acabe deve ser mantida a todo custo.
Uma igreja sob a unanimidade de Acabe não precisa da atuação direta dos demônios. Os seus problemas são bem maiores. Micaías nunca foi inimigo de Acabe, assim como Davi não o era de Saul. Em 1 Samuel 26: 18, Davi brada a Saul, seu rei: “Por que persegue o meu senhor tanto o seu servo? Que fiz eu? E que maldade se acha nas minhas mãos?”. Mas a unanimidade de Acabe é mais perversa do que a legião inteira de demônios que atormentava a Saul, pois estes espíritos malignos permitiam, ao menos, intervalos de lucidez que faziam com que Saul recobrasse a razão: “Então disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, porque não tornarei a fazer-te mal; porque foi hoje preciosa a minha vida aos teus olhos; eis que procedi loucamente, e errei grandissimamente.” (1 Samuel 26:21).
Acabe morreu em batalha através de uma flecha atirada ao léu. Jezabel morreu pouco tempo depois. Quando o Senhor por fim ao ministério de tais homens, espera-se que Jezabel caia em seguida. O triste é que os problemas que eles causaram não são enterrados com os tais. Morre o rei, mas a nação fica. Assim, também, se vão os maus pastores e líderes (ou se preferir pastores e líderes maus), mas a nódoa que deixaram permanecerá impregnada na vida das ovelhas que continuarão compondo aquela igreja. Sobre essas ovelhas, que se comportam como o carrasco Amom, infligindo pão de angústia e água de amargura aos servos do Senhor, é que me debruçarei no terceiro e último post desta série: Quem Tem Medo de Assembléia? Parte III – Como recuperar a dignidade perdida. Se o Senhor Jesus me permitir.
Que o Senhor fique conosco e nos dê a Sua paz.
Leia a Bíblia. Pense. Viva.
Fredson Andrade
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
O Mau Pastor
32 Omlas
1 O pastor é o meu senhor, de nada me acusará.
2 Deitar-me faz em seus grandes braços, guia-me os
pensamentos para nunca o contrariar.
3 Atende minhas ambições por cargos e elogios públicos;
diz-me exatamente o que fazer, por amor do seu ministério.
4 Ainda que eu caia em adultério e escândalos sem medidas,
não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua mensagem e teus estudos me
apoiam.
5 Preparas uma assembleia perante mim na presença de meus
irmãos, unges a minha pessoa com um cargo eclesiástico, o meu ego se inflama e
transborda.
6 Certamente que a cegueira e a depressão me seguirão todos
os dias da minha vida; e estarei em absoluta escravidão para todo o sempre.
Leia a Bíblia. Pense. Viva.
Fredson Andrade
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
Pra não dizer que não falei das flores
A flor
O fruto à mão
Da boca ao chão
Semente agora despida
Antes em cachos, a pouco colhida.
Coberta estava do suco das uvas
Queria ser fermentada
Agora sozinha aguardava
O sonhado milagre da chuva.
Do chão a secura
E a vida se torna mais dura.
Pisada por muitos, esquecida por
nós
Mas ouvindo de Deus a voz
Teima em viver e ser uma flor
Esperava encontrar o amor
Em seu lugar só espinhos,
Sabe que aguarda a dor.
Sabe que aguarda a dor.
A chuva encharca o chão
De repente surge um botão
Aguilhão de um lado, do outro
espinho
A mais forte dor é estar sozinho
Como fazer diferença se não
desabrolhar
Enquanto outros preferem calar
Mas a beleza da flor será um dia
descrita
Com doces palavras e boa tinta.
Uma mulher passa olhando o chão
E mesmo ferindo a mão
Recolhe a flor e a leva ao
coração.
Ouviram-se aplausos, deserto em
festa
Mas que alegria era esta?
Eram as coisas voltando ao seu
normal
A feiura dos cactos dominando a
paisagem, afinal.
Mas o que o espinho não sabia
Aquela semente que nada valia
Agora em flor beleza irradia.
Enquanto suas irmãs viraram mosto
Ela aformoseia um rosto
E um sorriso, antes guardado,
agora exposto.
Poetas dizem que a flor vence o canhão
Prefiro acreditar que amolece o coração
De pedra, diamante ou de safira
Mesmo que ao final do dia
Seque, murche e ninguém lembre
jamais
Que por um breve momento
existira.
Outros dizem que a flor silencia
baionetas
Prefiro acreditar que muda
carrancas e caretas
Para rostos amigos, de afáveis
irmãos
Como diz a letra de uma velha
canção
“Somos todos iguais, braços dados
ou não”.
O que essa flor me fez perceber
Enquanto alguns pagam para ver
Outros param para ler
Importante mesmo é você crer
Se uma flor solitária incomoda o
espinheiro
Imagine várias, o que farão por
inteiro.
Leia a Bíblia. Pense. Viva.
Fredson Andrade
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